sábado, 4 de janeiro de 2014

"Desconfio muito daqueles que dizem que gostam de mim alegando a bondade da minha alma. Pobres tolos! Não se deram ao trabalho de me conhecer! Ninguém é tão bom ou tão ruim. E eu não quero que gostem de mim por isso ou por aquilo. Quero que simplesmente gostem de mim - o que é apenas uma questão de ponto de vista. Aqueles que nos conhecem de verdade sabem reconhecer a bondade, mas não descartam ...o lado perverso do nosso espírito. E entendem que o ser humano é assim como a vida, cinquenta por cento…
Por isso, desconfio mais ainda dos bondosos demais, dos que sorriem demais, dos que nunca admitem ser tomados pelos sentimentos. Isso é só aparência; e há ainda os que são enganados por elas. Desconfio, sobretudo, por acreditar que os bondosos demais, os sorridentes demais e os generosos demais aos olhos dos outros são peritos em varrer toda a sujeira para debaixo do tapete. Prefiro os que choram quando têm vontade, sorriem quando têm vontade e explodem quando sentem o seu coração partido. A raiva exposta é uma das possibilidades de libertação do espírito, e quanto à estes não há engano porque não sabem camuflar as sujeiras da alma…"



(Erica Gaião)


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